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ADEUS, PARA NUNCA MAIS - Maria Luíza Malina



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ADEUS, PARA NUNCA MAIS
Maria Luíza Malina

Uma caneca de café bem quente, naquela gaveta da estante as notícias das cartas nunca abertas acumulavam velhas notícias.

Percorreu-me um calafrio.

Levantei-me das minhas próprias cinzas.

Se o fiz foi para não sair machucada, de espinhos bastam os catus e as roseiras, simbolos de proteção e amor. A vida continuava com aquele nó na garganta, conheci todos os produtos naturais para aliviar o incômodo que se escondia dentro de mim.

Um dia pulei fora, sem mais nem menos, num espaço de tempo branco, diria eu... Tornou-se visível a minha frente, a passos despassados em câmara lenta a imagem que me captaria por toda uma vida.

Garboso. Uma simetria invejável. Olho no olho. Volitante desejo de um destino se concretizando dando asas à imaginação. Um desavisado tropeço nos jogou de encontro, um ao outro, em um apertado abraço de socorro, espalhando risos por entre os traseuntes. Lá estávamos. Sentados na cinza sarjeta como se fosse o braço do melhor sofá do mundo. Ríamos em desconversas de não sei de quê, talvez jogávamos a poeira do passado conversando sobre o presente.

O “adeus, para nunca mais” que tanto me feria, os desencaixei sem lembranças, eram apenas envelopes fedentamente amarelecidos. Nunca mais nos separamos.


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