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DOIS OLHOS NA ESCURIDÃO - Sergio Dalla Vecchia - Conto coletivo




DOIS OLHOS NA ESCURIDÃO
Conto coletivo


O arbusto balançou, imediatamente o caçador mirou a lanterna e dois olhos reluziram na escuridão da mata.

Que bicho será? Pensou ele.

De repente, lembrou-se da última caçada, quando foi surpreendido por um grande javali, que quase o mordeu, não fosse a perfeição do tiro. O animal tombou morto aos seus pés.

Não havia tempo para lembranças, imediatamente apontou a espingarda entre os dois reluzentes olhos.

Apertou o gatilho. Nada! O mecanismo travou. Tentou novamente. Nada!

Assustado saiu correndo. Estava agora desarmado e não sabia o tamanho do bicho.

O caçador logo no arranque enfiou um pé num buraco e caiu gemendo de dor.

No chão, imóvel, esperava apavorado pelo ataque da fera que saiu de trás do arbusto e vinha em disparada na sua direção.

Qual foi seu alívio quando verificou ser apenas uma raposa desesperada que passou correndo ao seu lado embrenhando-se na mata.

O caçador após passar por mais esse susto, reavaliou a continuidade desse seu excêntrico hobby.

Assim a raposa, pequena e frágil derrubou um homem de medo, validando o velho ditado que diz:


À noite todos os gatos são pardos.  

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