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Enfrentando os fantasmas - Ledice Pereira


                                 

Enfrentando os fantasmas
Ledice Pereira

O trem acabara de passar e Verinha, toda arrumada, sentou-se na mureta, desanimada.

Agora, só mesmo na manhã do dia seguinte. Estava desolada. Seu destino era uma empresa que oferecia uma vaga de contadora. Ela que acabara de ser formar em Ciências Contábeis.

O horário era perfeito, o salário razoável. Apenas a distância que a obrigaria a pegar o trem que a levaria à cidade grande.

Tinha que se programar melhor. O trem era pontualíssimo e não aguardava nem um minuto.

O jeito era voltar pra casa, buscar o jornal e procurar outras oportunidades. Tinha medo que aquela vaga já estivesse preenchida.

Foi caminhando lentamente em direção à sua casa e começou a ouvir um ruído estranho. Parecia uma risada seguida de um grunhido. Olhou em todas as direções com certa apreensão.

De repente o viu. Um ser esquisito, verde, que parecia vir em sua direção. Pôde ver aquela pele grossa, como se tivesse escamas.

Começou a tremer. Não conseguia controlar suas pernas. E a criatura se aproximando. Avistou uma loja de conveniência e para lá se dirigiu correndo. Havia alguns automóveis  abastecendo-se no posto em frente.

Assustou-se ao ouvir aqueles gritos horríveis que a tal figura emitia, conforme os carros chegavam ou partiam.

Os frentistas acalmaram-na. Estavam habituados àquela aparição. O monstro habitava a mata que circundava o local. Assustava quem passava por ali, mas não enfrentava o barulho dos motores e gritava assustadoramente quando os ouvia.

Verinha teve que convir que teria que se acostumar também a isso. Quantas mudanças a vida estava lhe reservando.

— Acho que terei que aprender a enfrentar as dificuldades que a vida colocar à minha frente. A começar por essa criatura horrorosa que jamais imaginei encontrar em minha vida.


Nada me fará desistir de crescer e amadurecer. E como meu pai sempre me diz: Hei de vencer!

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