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Bendix e a Bruxa Malévola - José Vicente J. de Camargo

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Bendix e a Bruxa Malévola
José Vicente J. de Camargo

No reino Sureal do planeta Argento, não distante do planeta Terra, onde também a atmosfera permite vida, forças do Bem e do Mal geram contínuos atritos no alcance de seus objetivos.

A noite é de lua cheia, vento uivante, nuvens espessas tampam o brilho das estrelas, deixando somente um traço pálido de luar. Um gemido de lobo corta a noite adormecida.

Bendix sai da toca, de onde emana um aroma de mata fresca orvalhada, e titubeando na noite escura, empina o nariz. Abre as largas narinas e aspira o ar frio a procura de odores da bruxa malévola. Sim, pensa: a noite está perfeita para ela sair voando da caverna no alto do penhasco da Serra do Diabo assim conhecida pelas fendas profundas espalhadas em sua superfície, quais armadilhas mortais para os incautos escorregarem e desaparecerem para sempre – trepada em sua vassoura de ferro em brasa, levando à tiracolo o gato Lúcifer, de pelos negros e olhos vermelhos, e na companhia de um bando de morcegos chupadores de sangue, e de corvos de bicos cortantes.

Bendix sabe o que ela procura! Desde que foi expulsa do castelo da princesa Magrit pelos soldados do rei Arthur, seu pai, jurou vingança de morte à linda princesa. Sua beleza e bondade lhe fazem mal, lhe dão inveja, assim como todas as coisas boas que acontecem nos limites do seu domínio. Não suporta ver o bem, sentir a alegria e a felicidade alheia. São seus inimigos que precisam ser esmagados. O ar que respira precisa ser malévolo, daí seu nome “bruxa malévola”.

Não há tempo a perder! Precisa avisar rei Arthur.

Bendix abre as asas contra o vento, para limpá-las do orvalho da madrugada. Suas orelhas de jumbo informam a direção do vento mais favorável, enquanto sua mente potente traça a rota mais curta para alcançar o castelo. Assim levanta voo o protetor das coisas boas e belas, o antídoto da bruxa. No seu voo salvador, conta com o auxílio dos condores que auxiliam suas asas a baterem mais forte, enquanto as águias reais atacam o cortejo inimigo, atrasando-o na sua empreitada funesta. Com esse apoio das forças da virtude e graças aos seus poderes de superser, concedidos pelo “Espírito do Bem”, chega a tempo de avisar rei Arthur da ameaça vingativa. Rapidamente se forma uma rede de abelhas com ferrões em alerta, protegendo o palácio. Dado ao atraso da tropa malévola, o sol inicia a mostrar seus raios de luz, fazendo os morcegos sanguinários debandarem a procura da escuridão de satanás. Sem chances de vitória, a bruxa ordena seus comandados a retornarem a Serra dos Diabos.


Assim, se reconfirma, uma vez mais, a vitória do Bem sobre o Mal, permitindo a continuação da vida em paz e harmonia, desejo mor de todos os seres viventes...

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