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O AMOR A FLOR DA PELE - Carlos Cedano


O AMOR A FLOR DA PELE
Carlos Cedano

Guilherme Dias um jovem engenheiro e solteiro trabalha numa empresa multinacional com negócios em muitos países do mundo e visitada por muitos empresários, está feliz de trabalhar numa empresa que se expande e progride.

Entre o andar das diretorias,  e o andar inferior onde ele trabalha  o pessoal técnico existe uma ampla e bela escada frente à qual estão as mesas dos gerentes, uma delas é de Guilherme de quem comenta-se que num futuro não muito distante deverá ter um cargo relevante na hierarquia da empresa, e nos comentários femininos é considerado o melhor partido do pedaço.

As secretárias e as assistentes circulam com relativa frequência entre os escritórios e as diretorias. Na hora de maior intensidade a escada se transforma num espetáculo de beleza feminina com um desfile de idas e vindas realçadas pelas belas roupas de grife que vestem as damas.

Alguém teve a ideia de chama-la de “passarela” e o nome “pegou”, as mesas dos quatro gerentes estão na primeira fila justamente defronte a ela. Privilegio dos chefes! Dizem os funcionários, faz parte do salário! Era a brincadeira que se ouvia.  

Um dia após do horário de saída Guilherme trabalhava numa proposta de venda, quando viu alguém caindo na “passarela” e escutou gritos de dor, era Regina aquela estatuária beleza. Um dos diretores e próprio Guilherme acudiram em socorro.

        ― Acho que machuquei o calcanhar, está doendo muito! - Disse Regina com o rosto contraído.

        ― Vou levá-la ao hospital da firma que fica pertinho! - Disse Guilherme ao diretor.

        ― OK! Guilherme, eu estou atendendo um cliente do exterior e agradeço sua disposição. -  disse o diretor.

No hospital enquanto tiravam radiografias, Guilherme aproveitou para ligar pra casa dos pais dela e avisá-los do acontecido conseguindo acalmá-los. Eles chegariam pouco tempo.

Durante a espera Guilherme relembrou a primeira vez que encontrou Regina e a olhou diretamente nos olhos, ele ficou estático alguns segundos, aqueles olhos azuis naquele rosto moreno o intimidaram e desviou seu olhar temendo ter desafiado a própria Medusa!

Seus pensamentos foram interrompidos pela chegada dos pais da moça e logo o médico informou que a situação não era grave, mas que a paciente precisaria ficar dois dias no hospital e depois iria pra casa onde deveria descansar durante duas semanas.

Indo pra casa Guilherme percebeu que o perfume de Regina tinha impregnado todo seu corpo e também “sentiu” o contato de seus rostos quando a tomou em seus braços para ir até o hospital! Que cútis suave, que maravilhosa sensação! Um turbilhão de emoções tomava forma no coração de Guilherme, algo acordava dentro dele e sentia que seus sentimentos “pediam passagem”!

Não dia que Regina teve alta hospitalar, Guilherme, com a cumplicidade dos pais “inundou” o apartamento com muitas flores escolhidas com especial cuidado e carinho, flores de vários tipos, vários perfumes e cores que a estação permitia e deixou um discreto cartão que dizia: Com meus melhores desejos de pronta recuperação, estou com saudades!

Dias depois Guilherme chegou à empresa e viu um belo envelope sobre sua mesa, o perfume denunciava o remetente, Regina sem dúvida! Pensou ele. No belo cartão ela dizia que tinha melhorado bastante e o convidava pra jantar no seu apartamento no sábado próximo, a missiva acabava com uma frase brincalhona: Não se preocupe, quem vai cozinhar é minha mãe, você vai adorar!

O dia chegou e às vinte horas em ponto Guilherme apertava a campainha do apartamento, o corredor do andar estava invadido pelos aromas de um jantar que sugeria sabores indescritíveis! Quem abriu a porta foi a própria Regina que apesar de sua dificuldade pra andar o recebeu com um imenso sorriso, Guilherme lhe ofereceu uma bela orquídea que combinava com a cor de seus olhos. Ela adorava o cuidado de Guilherme com os detalhes!

        ― E seus pais? - Indagou Guilherme.

        ― Eles já tinham um compromisso para hoje à noite, minha mãe deixou tudo pronto.


Guilherme ajudou a Regina a definir um canto para a orquídea e quando a colocaram no lugar escolhido se voltaram um para o outro, nesse instante seus corpos falaram mais alto! Abraçaram-se fortemente, o palpitar de seus corações em sintonia com seus corpos substituíram todo som, toda palavra e até a marcha do próprio tempo! Era a voragem de suas emoções contidas que aflorava!

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