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GOLLUM E FORREST. - Mario Augusto Machado Pinto



GOLLUM E FORREST.
Mario Augusto Machado Pinto

A descoberta que tinha um irmão fez de Gollum andarilho. Andou pelo mundo buscando esse suposto irmão. Em todos os locais anunciava sua presença e o que pretendia: encontrar seu irmão. Procedia sem descanso utilizando todos os meios que encontrava; também escrevia histórias e as publicava nos jornais locais e as contava na TV.

Já noitinha, sentado em um banco descansava no pequeno jardim silencioso da hospedaria rememorando o que já havia feito em todos os anos passados. Certamente muita coisa, mas faltava uma, a mais importante: encontrar seu irmão. Já meio sonolento ficou alerta ao ouvir barulho vindo da sebe que contornava o jardim. Bem que me avisaram pra tomar cuidado com malfeitores desta região. Sorrateiramente foi naquela direção e percebeu um vulto que se afastava rapidamente. Correu, pegou, derrubou. Sou eu, seu irmão, Gotlieb. A emoção foi enorme para ambos.

Abraçados ficaram ali mesmo, no jardim, falando sobre o que fizeram em suas respectivas vidas.

Depois de muito tempo conversando, Gotlieb falou:

- Gollum, Você se lembra de um amigo nosso, que sempre fazia coisas diferentes, aquele que se aventurava a tudo e depois nos contava suas peripécias?
- Sim, claro. Ele era formidável. Nós ficávamos horas ouvindo suas histórias.
- Lembra-se do nome dele?
- Lógico: Forrest. O que tem?  Morreu?
- Não. Pra ele, pior. Está desacreditado, passando amargura. Criticam muito suas histórias e sua maneira orgulhosa, rigorosa e certinha de viver. Dizem que isso não é aceitável nos tempos atuais e vão processa-lo. Todo mundo está na gozação. O clima está de ser condenado e preso por anos.
- E daí?
- Daí que pensei que você, quer dizer, nós poderíamos ir ao julgamento e defende-lo.
- È só isso? Então é pra já. Vamos!

Partiram. Ao chegar, a Praça do Tribunal estava lotada de gente e carrocinhas vendendo de tudo um pouco. A sala do tribunal estava lotada. Só entrava alguém quando outra pessoa saía, mas os dois empurrando daqui e dali, conseguiram chegar à frente impondo sua presença e ocupando os primeiros lugares. Tiveram sorte. Saiu um grupo de pessoas e os dois entraram e se sentaram logo nas cadeiras da primeira fileira.

Depois de um tempão, os argumentos apresentados, o juiz perguntou se alguém desejava depor. Gollum respondeu que sim e aproximou-se da barra do local do réu. Pode ver o estado lamentável a que estava reduzido seu grande amigo. Sorrindo, acenou para ele e fez o sinal de positivo com os dedos.

Depois de se identificar, responder a alguma perguntas, o juiz disse a Gollum para expor suas razões.

Gollum esclareceu que era amigo de longa data de Forrest, com ele tinha passado toda sua infância e juventude, sendo exemplo de virtudes como a correção de um caráter impoluto.

- Sim, sim, obrigado, disse o juiz, mas vamos aos finalmente.

- Bem, Sr. Juiz, ouvi que tratam meu querido amigo como “Forrest Gump, o contador de histórias”. Sim, ele contava muitas histórias e nós sempre gostamos. Se repararem Srs. Jurados, ele é um homem que por trás de um olhar meio perdido e com visível lentidão de raciocínio, esconde a energia e a vontade de lutar dos grandes. A literatura mundial nos indica um livro do autor Winston Green que narra histórias com sabor de fábulas como as de Forrest que do mesmo modo expõe com suas histórias um perfil delicioso do nosso país, a América, apontando o cantor Elvis Presley, o presidente Kennedy, a Guerra do Vietnã, o movimento hippie – vejo alguns de seus representantes nesta sala – e o escândalo de Watergate. Forrest conta coisas que posso afirmar também aconteceram com o meu amigo. Exemplo? O amor de um homem e uma mulher que poderia ser imortalizado por cancioneiros. O meu amigo é um rapaz inocente com consciência de suas limitações mentais, que não faz mal a ninguém. Na praça, Meretíssimo, V. Excia encontrará rapazes maliciosos, malandros que aprontam sem medo de arriscar. Utilizam 75% do seu Q.I. e são considerados retardados. Ele, Forrest, é comovente! Prova? O que aqui foi dito do amor de Jenny: Forrest é seu porto seguro. Ele é ingênuo, mas muito especial que vê o mundo por uma perspectiva diferente.  É o símbolo de uma era – verdade - um inocente à solta num país que está perdendo sua inocência. O seu coração sabe o que seu limitado Q.I. não consegue saber. O seu compasso moral nunca balança. Os seus triunfos tornam-se uma inspiração para todos. Forrest Gump é a história de uma vida. Não é mentiroso. Para ele a vida é como uma caixa de bombons. Você nunca sabe o que vai encontrar. Obrigado Excia. É o que tinha a dizer.   

Os jurados saíram para deliberar. Voltaram com votação unânime de inocência e de ridícula a ação judicial ajuizada.

Forrest, Gotlieb e Gollum ficaram juntos durante muitos dias ao cabo dos quais cada um foi tratar de seus assuntos pessoais, mas os irmãos pediram a Forrest para sempre enviar suas histórias por e-mail.

Ao se despedir de Gotlieb, Gollum falou:

- Forrest conta histórias. Nós contamos histórias escrevendo-as.
-x-x-x-x-x-x-x-x-

Palavras: 1.132.
Páginas: 02.
Pesquisa: Forrest Gump – o filme.



FORETS GUMP – o filme.

O filme FORREST GUMP, O CONTADOR DE HISTÓRIAS nos mostra um homem que por trás de um ar abobalhado e visível lentidão de raciocínio, esconde a energia e a vontade de lutar dos grandes.
Baseado no livro homônimo de WINSTON GREEN (1.966) é uma narrativa com sabor de fábulas. Traça um perfil delicioso da América de Elvis Presley, Kennedy, Guerra do Vietnã, movimento hippie e Watergate (do qual participa por mero acaso).
Conta o amor de um homem e uma mulher como só o cinema costuma imortalizar. Impossível não se apaixonar pelo mundo de F.Gump.
Há grandes diferenças entre o F.G. do livro e do filme. O do filme é um rapaz inocente com consciência de suas limitações mentais. O do livro é malicioso, malandro, sábio, apronta para valer sem medo de arriscar. Utiliza só 75% de seu Q.I. e é considerado retardado. Não é comovente como o F.G. do filme. É só se lembrar do romance com Jenny: F.G. é seu porto seguro. F.G. é um rapaz ingênuo, muito especial que vê o mundo por uma perspectiva diferente.
F.G. é o símbolo de uma era, um inocente à solta numa América que está a perder sua inocência. O seu coração sabe o que seu limitado Q.I. não consegue saber. O seu compasso moral nunca balança. Os seus triunfos tornam-se numa inspiração para todos. F.G. é a história de uma vida. Não é mentiroso.
Para F.G. a vida é como uma caixa de bombons. Você nunca sabe o que vai encontrar.    

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