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PEQUENA AVENTURA DE MOTOCICLISTA - Oswaldo Romano



PEQUENA AVENTURA DE MOTOCICLISTA
Oswaldo Romano  
                                                                      
            Caiuby era um magro e divertido companheiro motociclista que dominava sua Norton 500 com extrema maestria. Na velha pista de Interlagos, durante os treinos, várias vezes tentou contorná-la de pé, com os braços abertos a lá Cristo.

            Fazia parte do nosso grupo, e também fundador do Velôcino Moto Clube, com sede na Praça Cornélia. Doze malucos, que tinham o Caiuby como o artista que mais aprontava.

            Castro, um novo participante, avantajado, mais velho que os demais era a vítima do Caiuby. Sua moto, uma Ariel não combinava com o condutor, além do que, o motor de dois tempos empesteava com sua fétida fumaça quem vinha atrás.

            Castro achava que podia e quis acompanhar o grupo até Aparecida. Chegou, mas bem depois. Na volta já noite, a mando, (Adivinhe de quem?) ficou o responsável da contagem esporádica das máquinas. Nessa função, sempre fica a última moto.

            A estrada era a velha que há muito, desde o plano SALTE pedia outra. Crivada de curvas traiçoeiras, o velho Castro, novo no clube, mal acompanhava os malucos.

            Na descida da serra acelerando a Ariel, o novato endireitou uma curva. Notada sua falta, dado o alarme, o grupo retornou procurando-o. Dois quilômetros antes, uma luz brilhava fora da pista. Lá estava ele.


            No meio de um pasto, sentado, levemente ferido ao transpor a cerca. Jaqueta rasgada, a moto caída com o farol iluminando-o. Sua máquina era ruim, mas tinha que agradecer àquela luz, sem a qual não seria fácil encontrá-lo.  

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