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DEITADO NUMA SOMBRA OLHANDO O INFINITO - Oswaldo Romano





DEITADO NUMA SOMBRA OLHANDO O INFINITO
Oswaldo Romano                                      

        Deitado no gramado seus olhares eram lanças que se perdiam nas nuvens. Era o soldado que se virava para a Lua, e menosprezava sua farda.

        Enquanto isso seus companheiros no fronte, heróis nos combates, sofriam os arrepios de ver balas que passavam deixando um silvo perdido no espaço.

        Seu pensamento mirava os astros, sol e lua, prestes a se tocarem. Ela, com olhar desafiante ao Rei Sol, contava com sua plenitude e leveza. Ele vestido com sua coroa dourada, apoiado pelas estrelas, poderia queimá-la, como havia feito com tantos outros astros.

        Ao soldado deitado no berço esplendido, lhe parecia acontecer muito em breve um tenebroso encontro.

        Aguardava tranquilo porque contava com os milhares de estrelas, que sempre supôs vigiarem os dois.

        E a real batalha que o soldado ouvia a distância, tal qual a possível entre a  lua e o sol, pouco o incomodava.


        O folgado combatente, um medroso incorrigível, alistou-se para passear, segurava-se nas mãos do incerto, e esperava o mundo mudar.

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