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A CARREIRA - Jeremias Moreira



A CARREIRA
Jeremias Moreira

Medieval era bacana - alto e musculoso. Já a Baía era xumbrega - baixa e gorda – mas, apesar disso, muito rápida. Diariamente, por volta das cinco da tarde, os irmãos Monteiros chegavam do sítio cavalgando-os e encontravam Dunga e Teleco à espera para levar os animais até o pouso do Deodato, onde passariam a noite. Os irmãos tiravam os arreios, os bridões e os freios, e os moleques usavam cordas como cabresto e montavam em pelo. Adoravam esses momentos, que para eles era de pura aventura. Naquele dia tiveram companhia.  Chulé e Oscar quiseram ir juntos. Combinaram que esperariam na esquina, longe da vista dos Monteiros.  Eles não aprovariam tal travessura. Dunga chegou montado em Medieval e deu garupa para o Chulé. Teleco, no lombo da Baía, levou Oscar. O lance diferente deixou-os entusiasmados. Estava o maior barato até chegarem ao retão, onde costumeiramente disputavam uma carreira. Hesitaram se fariam nesse dia, com dois em cada cavalo. Era uma novidade, então botaram pra quebrar.  Largaram, e a danada da Baía tomou a dianteira. Agora, no galope, Oscar assustou-se e pôs-se a gritar para Teleco parar o animal. Não foi atendido e entrou em pânico. Desequilibrou-se e ao tentar agarra-se em Teleco, levou-o junto ao chão. Na queda quebrou o braço. Por sorte, ou por instinto, a égua parou instantaneamente, senão poderia tê-los pisoteado. Mais tarde, seu Armando, o pai de Oscar, armou o maior quiproquó com os Monteiros. Acusou-os de irresponsáveis por deixarem crianças montarem seus pangarés selvagens. Osvaldo, o mais velhos dos irmãos, ficou grilado pelo homem desqualificar, dessa forma, os animais de que tanto gostava. Mas, resolveu deixar barato, afinal, seu Armando, não passava de um chato de galocha.

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