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O mistério de Aschely - Acacia Lima



O mistério de Aschely
 Acacia Lima

Naquele dia nublado Aschely empatava o tempo. Estava com raiva, tinha travado uma briga com sua irmã mais velha.

Entrou rapidamente em seu quarto e bateu a porta. Fez um estrondo que estremeceu a parede. Queria sumir. Entrou no armário e sentou bem no fundo. Lá no meio das roupas, sapatos e bugigangas, sentia-se seguro.

A escuridão e o silêncio acalmavam o garoto.

De repente começou a prestar atenção no barulho da casa. Aquele barulho ficava cada vez mais distante. E percebeu que estava sozinho. E depois,  já não havia som para ser ouvido.

Passou a respirar devagar imaginando alguém em seu quarto. Sua imaginação brincava com ele.

Ouviu a porta do quarto abrir.

Já não mais respirava.

Atento, pode ouvir uma doce voz.

E, resolveu espiar por uma frestinha da porta do armário.

Ora, mas aquele não era seu quarto! Tudo estava tão diferente!

Havia uma menina de tranças conversando com a imagem refletida no espelho.

Então, surpreso, o menino resolveu olhar melhor, e perguntou:

O que você faz em meu quarto?

A menina se espantou, e desapareceu.

De repente tudo mudou. Era novamente o seu quarto.

Dois dias depois, ainda não tinha esquecido a menina, e o mistério de seu quarto.

Estava curioso.

Resolveu entrar no armário de novo. Ia esperar que ela aparecesse.   

Passado algum tempo, sua atenção foi despertada para o ruído  no quarto.

 Sentiu de novo  dificuldade de respirar.

E, curioso, olhou pela frestinha da porta.

Lá estava ela!

A menina se olhava atentamente no espelho e arrumava as tranças loiras.


O garoto examinou o quarto e viu que não era o seu. Tinha longas cortinas cor de rosa com babados.

Ele não se conteve, e perguntou:

— Quem é você? – abrindo a porta do armário.

Olhando  curiosamente para Aschely, ela respondeu:

 — Eu sou a Sam.

Ele se apresentou:

— Eu sou Aschely. E o que você faz aqui?

— Eu moro aqui,  sempre morei aqui!

— Ah, então você é um fantasma!?     

— Fantasma? Como assim?

Foi quando o menino ouviu alguém lhe chamando.

Era sua mãe.

Não queria que ela descobrisse o segredo de seu quarto.

Então, ele voltou correndo para o armário.

E, ainda pode ouvir a menina gritar:

— Volte logo para conversarmos...

       


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