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Dor - Mario Augusto Machado Pinto


DOR
Mario Augusto Machado Pinto


DOR traiçoeira, é assim que nos chega.

DOR presente que vem com a idade, depois da terceira, naquela fase do com DOR que deve soar como Condor, a ave.

DOR de cabeça que eu curo com Doril.

DOR de dente. Pra passar, só cortando a DOR com anestésico.

DOR nas costas que me faz dormitar e, depois, dormir no dormitório, não com a nave russa MIR, olhe lá, só com a DOR numa cama dorada. Forçou aí, hein?

DOR de dormir de dorso (o sô mineiro) que me dá aquela DOR dorsal.

Com a DOR io dormo tanto, tanto, que me chamam de dorminhoco. Ainda bem que não é de dorminhoca, já pensou?

DOR que resulta ficar dormente. Ela pensa que me engana com a dormência.

DOR que nos trazem e deixam ficar.

DOR que se compara com a dos outros.

DOR do amor que falta.

DOR final de perder alguém.

O dentista me diz que doravante vou ficar dorido.


Digo como perguntador: sendo ido onde fica a DOR?

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