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Fênix - José Vicente J. de Camargo


Fênix
José Vicente J. de Camargo


Levada pelo burburinho ensurdecedor do vai e vem de carros, motos e de pessoas apresadas no desafio constante de vencer a hora que nunca se deixa perder, Sueli caminha carregando no corpo o fardo da mente que incessantemente a provoca com aquele assunto cuja resposta ela busca em vão encontrar entre seus mais íntimos sentimentos.

Avenida chega, a rua corta, a calçada tropeça e nada do alívio chegar trazendo a solução do problema.

De repente um grito corta o ar seco da estiagem fustigante:

- Cuidado! Pare!

Tarde demais, a motocicleta não respeita a desatenção do inconsciente:

Bate!

Sueli rodopia e é jogada na sarjeta poeirenta.

Passantes correm, se aglomeram, na maioria curiosos preenchendo o vazio do dia. Um, dentre todos, mostra iniciativa e chama o Samu.

Longa espera! O corpo estremece no grito da dor.

Deitada na maca, ela acompanha assustada os movimentos cuidadosos da equipe socorrista.

Nisto, sem esforço algum, lhe vem da alma a resposta aguardada.

Sueli, entre suspiros, esboça um sorriso monaliseano...


Enfim da dor, emerge a Fênix salvadora!

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