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O CACHORRO FROID - Oswaldo Romano



O CACHORRO FROID
Oswaldo Romano       
                                                              
        A vida é cheia de surpresas!

Cauã depois de muito tempo sem ir ao cinema, onde costumava aprontar, foi motivado pelo anúncio de que num cinema da Rua Augusta  iria projetar um filme do esperto Rim Tim Tim. Esse cão ensinou muita coisa sobre como combater os crimes.

Quis  recordar seus cães Bob e Bobo,  dois pastores mestiços  que havia  possuído e lhe davam proteção, com seus avisos de pessoas se aproximando.
Cauã assistindo o filme achou que recordaria, e mataria as saudades.

Gostou, e saiu satisfeito e com comparações difusas, avaliando as diferenças entre eles.

Na rua, seguia pela calçada da Augusta em direção ao ponto do ônibus quando topou no chão com uma carteira e num movimento rápido,  pegou-a. Esperava encontrar alguma coisa boa. Dinheiro, cartões, ou endereço para descobrir seu dono.

Só encontrou um bilhete de estacionamento veicular, nota de que esteve num veterinário, e uma folha de revista rasgada mostrando um menino nissei tendo em seu colo um pequeno cachorro.  Acho que da raça Lhasa Apso chamado, segundo o retalho da revista, de Froid.

Pesquisando o estacionamento e o petshop descobriu o dono da carteira e seu telefone. Era desprezível seu conteúdo, todavia importante para ajudá-lo nos seus intentos.

Ligou, e como esperava, foi atendido por um oriental.

— Arô, arô.

— Boa tarde, senhor. Eu achei uma carteira que deve lhe pertencer. Tem a foto de um menino com um cachorro e escrito: Este é meu amigo Froid.

— Sim senhôro, né. É minha, né. Tem dinheiro da xepa, né?

— Dinheiro não tem, mas tem anotações, com nomes e senhas. Acho que de banco, de computador, sei lá. Eu tenho tempo de dia, posso te entregar.

— Tirou o dinheiro e agora quer mais, né?

— Não senhor. Não tinha nada de dinheiro. Quem roubou,  jogou a carteira. Tirou o que lhe interessava.

Eu só quero o dinheiro da condução, ou um agrado se merecer.
— Pode jogar a carteira fora, né.

— Senhor as senhas comprometem o senhor e estão em japonês. O senhor precisa delas. Dê o endereço da sua casa, eu vou ai.

— É. Elas são importantes. Vou dar o endereço. Escreva ai: Rua Comendador Joaquim, 2001, chácara Tômico, né. Marcou?

— Sim, marquei, vou te levar.

Passaram-se dois dias, Cauã com disposição foi para a casa do japonês. Chegando foi recebido com agradecimentos e convidado para um chá. Era tudo que ele queria.

O japona olhando  Cauã se perguntava, agora um pouco desconfiado. Por que deixei esse homem vir aqui. Tomou coragem e perguntou:

— O que afinal você quer.

— O senhor cometeu um grave erro, vim assaltá-lo. O senhor deve colaborar.
Sacou um 32. O japa incrédulo ouviu: Sem escândalo. Fique calado, ou eu te calo. Amarrou, amordaçou, e o prendeu na cama.  Fez com que sua mulher que se via acuada no canto da sala o ajudasse a prendê-lo com abraçadeiras plásticas. Silenciado, obrigou a mulher carregar no Toyota estacionado  na garage, tudo de bom que via. Apanhou dinheiro e joias.
Obrigou a mulher dirigir o veiculo, rodaram por bom tempo, e numa estradinha de terra, encontrou seu comparsa. Depois da transferência do roubo, instruiu a mulher:

—  Agora pegue o carro, vá para sua casa. Não fale com ninguém se quiser encontrar vivo seu marido. Você será seguida até entrar na sua garagem. Nesse momento meu comparsa que está lá, vai deixar sua  casa e seu japonês vivo. Mas se você  desobedecer vai encontrá-lo morto. Nossa quadrilha não deixa rastros. Vá direto, caso contrário sofrerá um acidente. Se denunciar não vão nos pegar, mas nós vamos saber e vamos pegá-los novamente. Atenção, até agora não machucamos ninguém. Vá, desapareça!

Cauã acabara de realizar mais um de seus planos mirabolantes. Nunca repetira o modo de operação o que o tornava um expert. A próxima vítima poderá ser você...


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