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Cachorro bravo? - Fernando Braga



Cachorro bravo?
Fernando Braga

Sem dúvida, quando você tem um sítio, uma grande proteção contra ladrões, invasores, é você ter um casal de cães, de grande porte como Rottweilers, pastores alemães, ou dogos argentinos. O cachorro é o melhor amigo do homem? Eu, também acho e adoro os meus. Pittigrilli  já dizia que ¨quanto mais conhecia os homens, mais admirava os cães¨! Você olha nos olhos de seu cão, parece haver uma troca de sentidos, de bons sentimentos, uma sensação boa e inexplicável. Na presença de um cão, você se sente protegido, pois para chegar até você, um agressor, que não estiver com uma arma de fogo, terá que passar por cima do cão. Contudo, você nunca deve arriscar alisar um cachorro, grande ou mesmo pequeno, se não conhecê-lo, mesmo que digam que é manso! Tudo isto me foi dito por um amigo, após ter me contado a seguinte história:

— Há poucos dias estava eu a passar um fim de semana com minha família, no pequeno sitio que tenho próximo a Jundiaí, quando ocorreu um fato, que nos deixou todos nervosos. Neste sítio tenho no canil, dois Rottweillers, que são soltos pelo caseiro, no final da tarde e que ficam andando, rodeando a casa, o que nos dá segurança.

Estávamos começando nossa ceia, quando, subitamente, ouvimos fortes latidos dos cachorros e alguém gritando, pedindo socorro. Saí imediatamente fora e deparei com os dois cães atacando um homem, que gritava desesperado. Fui gritando o nome dos cães, Sadam... Hussein, para largarem o homem e realmente eles obedeceram e se afastaram, ao verem minha presença. Ao me aproximar, notei eu, que o homem havia ingerido muita bebida porque exalava álcool, e estava muito cortado nas mãos e nas pernas. Enrolamos seus braços e perna com panos. 

Chegou, em seguida, o caseiro que mora a uns cem metros e comentou que aquele era o Pedro, seu parente, que ocasionalmente vinha visitá-los, filar boia. Vinha a pé, pois morava a uns quinhentos metros. Não sabia explicar o porquê dos cachorros terem o atacado, uma vez que ele era familiar aos cães, frequentemente os alisava, brincava com eles. Imediatamente pegamos Pedro e o conduzimos até um pronto socorro na cidade. Havia realmente muitas lesões cortantes nos quatro membros e segundo o médico, ele havia tido sorte por não ter caído, pois estes cachorros vão diretamente ao pescoço e, ele estaria praticamente morto. Ao dizermos que ele conhecia bem os cachorros o médico retrucou:

— Mas, ele estava bêbado e cheirando a álcool, e os cães, nestes casos, têm uma perversão do olfato, e não reconhecem mais o cheiro de pessoas conhecidas e   podem se tornam muito agressivos.  Foi o que aconteceu. Pedro foi suturado, vacinado, e medicado.


Pedimos desculpa a Pedro e explicamos a ele para não mais vir bêbado e a pé, nos visitar. Ele respondeu que enquanto aqueles amigões estivessem lá, ele não voltaria. Decidimos conservar os ¨meus amigões¨.

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