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A História de Maria e José - Maria Luiza C. Malina


A História de Maria e José
Maria Luiza C. Malina


O Imperador Augusto havia ordenado o recenseamento do império. Desta forma as pessoas deveriam retornar às cidades de onde nasceram para efetuarem seus registros. Maria e José pertenciam à tribo de David.  Ao chegarem à Belém, não encontraram hospedagem, a cidade estava lotada devido ao censo. Ao anoitecer resolveram pernoitar no presépio nos arredores da cidade. Soprava o vento frio do deserto. Cansados, adormeceram. À meia-noite um forte clarão os acordou. Maria surpreendeu-se ao ver ao seu lado, em meio às palhas, o Menino a quem deveria dar o nome de Jesus.

Contam, que cada animal que lá estava, tinha um propósito o alimento, o hálito e a lã das ovelhas, para aquecerem o pequeno que estava apoiado em palhas dentro do cocho.

A escura noite, clareada pelas estrelas, tornou-se dia. Os pássaros cantam, os galos cacarejam o amanhecer do dia, acordam os habitantes intrigados com o que estava acontecendo ao ouvirem um coral de anjos entoando: “Gloria a Deus no mais alto do céu, e a paz na terra aos homens de boa ambição”.

De muito longe, três Magos, ao visualizam a enorme estrela no céu, entendem o sinal e a seguem levando presentes de significado real. Melchior, ouro; Baltazar, mirra (planta de perfume agradável) e Gaspar, incenso.

 O filho do Altíssimo nascera! A profecia anunciada pelo anjo, que Jesus nasceria em Belém, havia se concretizado através do Imperador.

Após inúmeros acontecimentos e perseguições - os cristãos - assim chamados os seguidores de Jesus, deixam as catacumbas com os códigos secretos estampados nas paredes para erguerem igrejas. Estas recebem pinturas de fatos ocorridos, sinais cristãos e cenas de Maria e José com o Menino na manjedoura.

Conta-se que no ano de 1223, o padre Francisco de Assis estava na cidade de Greccio, Itália e, próximo havia uma bela campina. Lá, ao ar livre, ergue um altar simples para celebrar uma missa no final do dia, com a finalidade de explicar do mistério do Natal aos camponeses. Estes, solidários, lhe emprestam o boi e o burro. Dois jovens representam Maria e José ao lado da manjedoura com palha, não sabiam o que colocar dentro para representar o Menino Deus. Em um dado momento, durante a missa, Francisco de Assis emociona-se ao falar que Jesus havia nascido numa manjedoura igual a que lá estava por amor ao próximo.

Eis que no momento da consagração, um raio de luz iluminou a manjedoura, brilhando por alguns momentos, como se fosse fogo. Os camponeses prostraram-se de joelhos em oração. Há quem diga que, quem conseguiu olhar para o berço, viu sobre o feno o Menino Jesus, que ali permaneceu até o final de missa.

Este fato correu de boca em boca.

 O costume espalhou-se ganhando o mundo. Adaptou-se às características regionais e culturais, seja através das ordens religiosas, teatro, praças ou residências. Os jesuítas foram os grandes divulgadores dos presépios, uma vez que os utilizavam nas missões de evangelização. Junto aos índios, adaptavam à cultura dos orixás, para melhor entendimento.

Uma curiosidade: A palha da manjedoura foi usada para abençoar animais doentes.

Em São Paulo, o Museu do Presépio surgiu em 1949, através da doação do industrial Francisco Matarazzo. O presépio napolitano é composto de 1.500 peças, século XVIII, proveniente da Itália. O Museu de Arte Sacra de São Paulo encontra-se no Mosteiro da Luz, aberto para visitação durante todo o ano.




 PRESÉPIO, no latim “praesepium” significa estrebaria, curral, cocheira. Em hebraico significa manjedoura. Local geralmente situado fora da cidade, em que se recolhiam animais, próximos a bebedouros. Representação do estábulo de Belém e das figuras que participaram do nascimento de Cristo

BELÉM, do hebraico Bethlem, do árabe Beith-lehem, nome dado a um povoado devido à fertilidade local. Rodeada por vales, de clima frio, a colina de 822 metros de altura, dista de Jerusalém 8 km.

No Brasil, a cidade de Belém, estado do Pará, Brasil, dista de Brasília 2.120 km. O símbolo da Bandeira, dois braços fortes com flores e frutas em cada mão, significa que a cidade está situada em terras extremamente férteis, e por isso escondem com mais segurança, a sua exuberante flora sempre fluorescente e frutífera. Se houver braços fortes e corajosos tudo é capaz de dar...”Vereat ae Ternum e Tutius latent”, alusivos ao Rio Amazonas onde tudo é verduras e maravilhas e ao Rio Tocantins pela oposição escondidas as vistas dos exploradores.






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