A papisa Joana teria reinado no século IX, sob o nome de João
VII. A lenda surge na Europa, por volta do ano 850, e sua força foi tanta que,
numa linhagem exclusivamente masculina, gerou na língua portuguesa o feminino
papisa, do Latim tardio papissa, em homologia com rei/rainha,
imperador/imperatriz, príncipe/princesa etc. Filha de um cônego inglês, Joana
nasceu em Mainz, na Alemanha, em 1814. Como ler e escrever fossem atividades
proibidas às mulheres, seu irmão Mateus a alfabetizou às escondidas. Quando o
menino morreu, outro irmão de Joana, chamado João, confiou o segredo ao tutor e
este aceitou ensinar a ambos o Latim e o Grego, sempre às escondidas. Ao ser
transferido, o tutor prometeu a Joana que tudo faria para ajudá-la. E tempos
depois chegou uma carta do bispo local pedindo ao cônego que enviasse Joana à
sede da diocese.
Ao chegar, Joana foi
submetida a vários exames. Foi quando descobriu-se que era moça e não rapaz.
Como tivesse demonstrado grande saber, o bispo autorizou que ela prosseguisse
os estudos. Mas havia o problema do alojamento, habitado apenas por rapazes.
Então um conde ruivo chamado Geraldo, muito influente junto ao bispo, consegue
autorização para Joana morar na casa dele. Todos os dias ela estuda junto com
os rapazes, que a maltratam muito, e à noite vai dormir na casa do conde, de
onde entretanto certa noite foge e procura o Mosteiro de Fulda. Seu desempenho
nos estudos é extraordinário. O monge médico, gostando muito dela, que todos
acham ser ele, ensina-lhe medicina. Em pouco tempo, Joana torna-se o melhor
médico do convento e sua fama chega a Roma, ao tempo em que reinava o papa Leão
IV. Os cardeais, vendo-o muito doente, chamam Joana para cuidar dele. Curado e
agradecido, o Sumo Pontífice a nomeia cardeal. Quando Leão IV morre, os
cardeais a elegem papa, e ela, sempre disfarçada de João, toma o nome de João
VII. Mas o conde Geraldo, que era casado e amava Joana, ia a Roma muitas vezes
para encontrá-la e acabou por engravidá-la. Joana iria dar à luz às escondidas,
mas durante uma procissão passou mal e teve o menino no meio da multidão.
Cardeais amigos logo proclamaram “milagre!”, levando-a de volta ao palácio, mas
outras fontes dizem que mãe e criança foram apedrejadas até à morte. Há muitas
outras controvérsias sobre Papas. Alguns historiadores contam 261 papas, outros
265, dois quais 215 tiveram morte natural, 6 foram assassinados, 4 morreram no
exílio e 1 na prisão. Os maçons fazem outra conta, dividindo os papas entre
intramuros e extramuros. A igreja é uma instituição machista e esta é uma das
razões da lenda de uma papisa. E vejamos só que outra ironia! Quando o papa
Bento XVI falou aos cardeais, havia jornalistas no recinto, mas apenas a
correspondente italiana Giovana Chirri, por saber Latim, o entendeu. E deu o
furo mundial, informando que o papa anunciara que iria renunciar. (xx)
Deonísio Da Silva •
escritor e professor, Vice-reitor da Universidade Estácio de Sá.
O Blog do Professor Deonísio Da Silva está recheado de curiosidades.
Quem não viu, veja: BLOG DO DEONÍSIO DA SILA
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